A Academia do Bacalhau de Paris celebra este mês 25 anos de existência. Um quarto de século ao serviço da amizade, portugalidade e solidariedade!
Hoje, a ABP conta com mais de 240 compadres e comadres, dos 18 aos 82 anos. É uma das mais ativas do mundo e está assiduamente presente nos Congressos Mundiais do nosso movimento. Mas nem sempre foi assim. Recuemos algumas décadas até à origem da nossa tertúlia…
No ano de 1994, por iniciativa de Vitalino d’Ascensão, juntaram-se alguns amigos no restaurante “La Tradition”, situado na rue de Budapest em Paris, para saborear um bom petisco. Fizeram parte destes amigos nomes hoje bem conhecidos na nossa comunidade: Dr. Damião de Medeiros, Dr. Pedro Cudell, Dr. Santos Teixeira, o Cônsul de Versalhes Artur Magalhães, José Ventura, Carlos Vinhas Pereira, Carreto, Veiga e os saudosos Dr. António Morais, Mário Santos e José de Jesus Pereira (que mais tarde seria o primeiro presidente da Academia).
Durante este petisco, o Dr. Santos Teixeira, recentemente regressado de Portugal, mencionou que se tinha deslocado algumas vezes a Moçambique e à África do Sul, onde tinha tido contacto com as Academias do Bacalhau locais. Foi assim plantada a semente de também Paris criar a sua própria Academia do Bacalhau.
Este grupo inicial continuou os seus encontros até que, em 1998, aquando do Congresso Mundial das Academias realizado em Lisboa, a ABP se tornou oficialmente a 22ª Academia do Bacalhau no mundo. À época, era presidente o compadre José Pereira, chanceler da Embaixada de Portugal em França.
Os jantares regulares foram-se realizando, na altura com um grupo de compadres mais reduzido que atualmente. Durante 10 anos, a Academia foi presidida pelo compadre Luís Malta, que fez um trabalho exemplar ao levar a Academia de Paris de mera reunião de alguns amigos a uma associação com força e destaque na comunidade.
2008 foi um ano importante para a ABP. A Academia do Bacalhau de Paris foi reconhecida oficialmente como associação, ao abrigo da legislação francesa (lei de 1901), muito por iniciativa do então tesoureiro Luís Gonçalves. Mais tarde, em 2018, viria também a ser reconhecida como Association d'Intérêt Général.
Foi também em 2008 ano que foi constituída oficialmente a primeira direção, que era composta por Luís Malta (presidente), José Roxo Bemposta (vice-presidente), António Amorim (secretário), Luís Gonçalves (tesoureiro), e David Monteiro (relações públicas).
O Congresso Mundial em Paris marcou um ponto de viragem. Organizou-se um programa de requinte para os compadres e comadres vindos de todo o mundo. Foi um sucesso que despoletou um crescimento mais sólido e sustentado, e a envolvência dos compadres de uma forma mais regular e empenhada.
Após o Congresso de Paris, sucederam-se no cargo de presidente da ABP os compadres António Fernandes, Carlos Ferreira, Fernando Lopes, Manuel Soares e, atualmente, o compadre Luis Gonçalves.
Ao longo destes últimos anos, a ABP tem sido extremamente ativa em termos solidários. Atribuiu centenas de milhares de euros a associações ou indivíduos em situação de necessidade, tendo feito a diferença na vida de centenas de pessoas. Algumas das causas que receberam os donativos da ABP incluem, por exemplo: Fundação do Gil, Associação Vivre Sa Vie, Patronato São José, Nuno Mata, Associação Leque, E3M, Force du Coeur, Enfants du Ciel, Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris, Tiago Sobreira ou Romain Decogne.
Não esquecendo também iniciativas recorrentes da ABP. Entre estas, contam-se a “Roupa Sem Fronteiras” que angaria roupa, calçado e brinquedos para os mais desfavorecidos todos os Natais, e também o voluntariado em hospitais.
A ABP tem também contribuído para a portugalidade de uma forma exemplar. Em 2015 criou uma revista semestral, da qual se fizeram 10 edições - só o Covid pôs fim ao projeto. Em 2017 foi também grande impulsionadora da newsletter mensal das Academias do Bacalhau. E, por fim, em junho de 2023 lançou uma newsletter mensal focada na ABP. Todas estas iniciativas ajudam a promover a língua e cultura portuguesas em França.
Não esqueçamos também o terceiro pilar das Academias: a amizade. Mensalmente, os compadres e comadres encontram-se para jantares de convívio, e têm realizado várias viagens juntos, nomeadamente aos Congressos Mundiais e até noutras iniciativas isoladas, como foi o caso de uma visita a Londres.
De lembrar ainda que, ao fim de vários anos “sem casa fixa”, a Academia do Bacalhau de Paris conseguiu também ter a sua sede própria, no 53 Rue François Truffaut, em Paris 12. Um marco histórico, fruto do trabalho, empenho e de um sonho ambicioso.
Para além de trabalhar regulamente para construir uma Academia marcante, Paris apoia também novas Academias do Bacalhau. É madrinha das Academias de Luxemburgo, Bordéus, Lyon, Rouen, Bruxelas e Londres.
Muitos dos feitos da ABP têm sido conseguidos graças também ao apoio fiel e consistente, tanto de organizações - por exemplo, Caixa Geral de Depósitos, Fidelidade, Império, Banco BCP - como de empresas de compadres, nomeadamente Canelas, CFM, Real Marbre Les Dauphins, MRTI, SMABTP, Alpha TP ou STRP. Não esqueçamos ainda o apoio da imprensa, nomeadamente da Rádio Alfa, Lusopress e Lusojornal, na divulgação das nossas atividades.
Paris é, sem dúvida, um exemplo no seio das Academias do Bacalhau. O seu dinamismo, crescimento constante, a criação de uma secção Júnior e, naturalmente, o facto de ser a segunda maior cidade do mundo com mais população portuguesa (depois de Lisboa) fazem da ABP uma das maiores e mais destacadas Academias do Bacalhau.
Se em 25 anos conquistámos tudo isto, só podemos esperar o melhor dos 25 que se seguem!